Seja bem vindo a mais um DDS Online. Eu sou o Herbert Bento, criador desse site, e hoje vamos tratar do super mega importante inventário de perigos e riscos! Não esqueça de mandar o link desse DDS para seus colegas de trabalho!
O inventário de perigos e riscos é tão importante que ele é tratado logo na primeira Norma Regulamentadora, a NR-01.
A NR-01 estabelece diretrizes para a gestão de saúde e segurança no trabalho (SST) em qualquer organização. Um dos elementos centrais dessa norma é o inventário de perigos e riscos, uma ferramenta que tem como objetivo identificar, avaliar e controlar os riscos presentes no ambiente de trabalho.
Dica: link do meu outro site onde mantenho as Normas Regulamentadoras Atualizadas.
O que é o Inventário de Perigos e Riscos? O inventário de perigos e riscos é um documento que visa catalogar todos os perigos presentes no ambiente de trabalho. Conforme veremos a seguir, várias informações precisam constar para cada perigo detectado.
Segundo a NR-01, o inventário deve ser uma parte integrante do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), sendo essencial para a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais.
Leia também: tudo sobre PGR
Importância do Inventário para a Segurança no Trabalho
O inventário de perigos e riscos não é apenas uma obrigação legal; ele é essencial para garantir a segurança no trabalho. Ao identificar e controlar riscos, a empresa protege seus colaboradores, evita acidentes, reduz custos com afastamentos e mantém um ambiente de trabalho saudável e produtivo.
Responsabilidades dos Envolvidos:
- Empregador: É o principal responsável pela elaboração e manutenção do inventário, garantindo que todas as etapas sejam cumpridas e que os riscos sejam controlados adequadamente.
- Trabalhadores: Devem colaborar com a identificação dos perigos, participar de treinamentos e seguir as medidas de segurança estabelecidas.
Diferença entre Perigo e Risco
Quando se trata do inventário uma dúvida muito comum é: afinal, qual a diferença entre perigo e risco?
Vou tentar clarificar isso para você, pois não é tão difícil quanto parece.
- Perigo: é qualquer fonte ou situação com potencial para causar danos, como lesões ou doenças nos trabalhadores, danos materiais, ou uma combinação desses.
- Risco: é a probabilidade de que um perigo se concretize, causando dano. É avaliado com base na frequência de exposição, na gravidade das possíveis consequências e na probabilidade de ocorrência.
Para diferenciar corretamente perigo de risco é importante ter uma outra palavra em mente: exposição.
Ou seja, para que haja risco é necessário que exista exposição.
Eu até já tinha escrito um artigo para o Blog da Escola da Prevenção sobre esse tema: entenda a diferença entre risco e perigo.
Vou postar aqui um trecho que está escrito lá:
“Tempestades com Raios: é um perigo. E se você decide sair para uma caminhada no meio de uma tempestade com raios, você está se expondo. Então, a partir do momento em que ocorre a exposição, passa a existir o risco de morte por uma intensa descarga elétrica;
Fogueira de São João: é um perigo. E se você decide saltar sob a fogueira, passa a ser um risco, pois você fica exposto à queimaduras;”
Conseguiu entender bem a diferença? Então vejamos mais um exemplo: tubarão no mar.
Imagina que você está na areia da praia, olha para a água e vê um tubarão. Enquanto você estiver na areia o tubarão é apenas um perigo. Mas, se você decide ir tomar banho de mar, daí começa a se expor, então, passa a ser um risco. Observe que a palavra chave é exposição. Só existe risco se existir exposição ao perigo.
A imagem abaixo ilustra bem esse conceito.
Acho que essa imagem explica bastante.
Conteúdo do Inventário de perigos e riscos
A NR-01 define o que deve conter no inventário. Vejamos:
“O Inventário de Riscos Ocupacionais deve contemplar, no mínimo, as seguintes
informações:
a) caracterização dos processos e ambientes de trabalho;
b) caracterização das atividades;
c) descrição de perigos e de possíveis lesões ou agravos à saúde dos trabalhadores, com a identificação das fontes ou circunstâncias, descrição de riscos gerados pelos perigos, com a indicação dos grupos de trabalhadores sujeitos a esses riscos, e descrição de medidas de prevenção implementadas;
d) dados da análise preliminar ou do monitoramento das exposições a agentes físicos, químicos e biológicos e os resultados da avaliação de ergonomia nos termos da NR-17.
e) avaliação dos riscos, incluindo a classificação para fins de elaboração do plano de ação; e
f) critérios adotados para avaliação dos riscos e tomada de decisão.”
Em resumo, podemos entender o inventário como uma tabela. No cabeçalho dessa tabela você pode colocar qual setor da empresa está sendo inventariado, que atividades ocorrem ali, e as funções (trabalhadores) que estão expostos aos perigos.
Já nas colunas dessa tabela teremos: perigos, lesões ou agravos à saúde, fontes e circunstâncias (como os perigos “alcançam” os trabalhadores), medidas de controle já implementadas (se não houver medidas diga que são inexistentes).
Nas linhas da tabela do inventário de perigos e riscos você pode colocar cada perigo (cada perigo é uma linha).
Recomendo que faça uma tabela (inventário) para cada setor da empresa. Para ficar mais claro, vou colocar uma foto de um inventário que fiz de modelo para meus alunos.
Se tiver interesse nos meus materiais, consulte meus Pendrives de Segurança do Trabalho, lá no site da Escola da Prevenção.
Necessidade de atualização do inventário
Agora, tem um detalhe muito importante quando se trata do inventário de perigos e riscos.
Não basta fazer e colocar na gaveta! O inventário é uma ferramenta! Portanto, ele deve ser atualizado sempre que necessário.
Exemplos de situações onde precisaremos atualizar o inventário:
- modificações nas tecnologias, ambientes, processos, etc
- na ocorrência de acidentes ou doenças relacionadas ao trabalho, originadas por perigos antes não identificados
- na introdução ou modificação de produtos químicos
- máquinas e equipamentos: sempre que for inserida nova máquina
- modificação de layout que impliquem novos riscos
- criação de nova função de trabalho
O que é GRO?
Como expliquei, o inventário é a primeira etapa do processo de gestão de riscos ocupacionais (GRO). O detalhamento do GRO foge do escopo desse DDS, mas, vou colocar abaixo, a grosso modo, o passo a passo do GRO.
- Identificação dos Perigos: o primeiro passo é a identificação detalhada de todos os perigos existentes no ambiente de trabalho. Isso inclui perigos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e mecânicos.
- Avaliação dos Riscos: após a identificação dos perigos, é preciso avaliar os riscos associados. Isso envolve analisar a probabilidade de ocorrência e a gravidade dos possíveis danos. Essa avaliação deve tomar como base as medidas de controle já implementadas.
- Classificação dos Riscos: Com base na avaliação, os riscos devem ser classificados, geralmente em categorias como: aceitáveis, toleráveis, significativos ou inaceitáveis.
- Planejamento de Medidas de Controle: Para cada risco identificado, devem ser planejadas medidas de controle adicionais, se forem necessárias. Essas medidas podem ser de eliminação, substituição, controle de engenharia, controle administrativo ou uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
- Revisão e Atualização: o inventário de perigos e riscos deve ser um documento dinâmico, sendo revisado e atualizado periodicamente, especialmente após mudanças no processo de trabalho ou após a ocorrência de acidentes.
Conclusão
A criação e manutenção do inventário de perigos e riscos, conforme exigido pela NR-01, é uma prática fundamental para a gestão de SST. Este documento promove um ambiente de trabalho mais seguro e eficiente, beneficiando tanto a empresa quanto seus colaboradores.
Mas, como tudo na SST, não pode ficar guardado na gaveta. O inventário deve ser constantemente atualizado. E o principal, ele serve de base para elaboração do PGR, portanto, não é para ser engavetado, mas sim usado no dia a dia da gestão de SST.
A segurança é uma responsabilidade de todos, e o inventário de perigos e riscos é uma ferramenta indispensável nesse processo.
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