Essa é pra você que trabalha com madeira!
É de comum conhecimento de todos que o número de acidentes com máquinas ainda é bastante alto. Em todos os setores, como industrial, construção civil, agrícola, marceneiro, etc.
Um desses setores, a indústria da madeira, apresenta muitos problemas relacionados a acidentes, falta de treinamentos adequados, falta de conscientização dos trabalhadores, etc. Em especial os segmentos da carpintaria e marcenaria, merecem bastante atenção.
A carpintaria é o local onde trabalha o carpinteiro. Sua função é executar os mais diversos trabalhos em madeira, desde móveis e ferramentas até artigos para construção civil, dentre outros. É um trabalho que exige esforço físico e muitas vezes é realizado ao ar livre.
Para ser um bom carpinteiro, é necessário que o trabalhador tenha noções de geometria e um amplo conhecimento de como lidar com a madeira no seu estado natural.
Já a marcenaria pode ser considerada uma evolução da carpintaria, pois o trabalhador lida mais com laminados industrializados, como compensado, aglomerado, MDF, folhas de madeira, etc. O marceneiro precisa ser criativo, saber desenhar e conhecer as ferramentas e materiais necessários para a realização do seu trabalho.
Nesses locais de trabalho, existem riscos para a saúde do trabalhador, devido à utilização de máquinas e equipamentos que oferecem um alto nível de perigo.
É bastante comum encontrar trabalhadores lidando com diversas máquinas ao mesmo tempo, colocando dessa forma, suas vidas em risco.
Dessa forma, para que o trabalho se transforme em algo seguro, é necessário que os trabalhadores tenham conhecimento técnico e prático das máquinas utilizadas, as máquinas devem possuir proteções adequadas e a consciência nas ações a serem executadas deve ser primordial.
Vamos então conhecer as máquinas e os riscos que cada uma oferece, para depois determinar a melhor forma de proteção:
– Tupia: Utilizada para fazer entalhes, molduras. É bastante versátil, possui diferentes velocidades, de acordo com o tipo de trabalho, da ferramenta de corte, da madeira a ser utilizada, da profundidade do corte, etc. Oferece os seguintes riscos:
– Ruptura ou projeção da ferramenta de corte: Não se deve ultrapassar a velocidade adequada pelo fabricante.
– Contato com a ferramenta de corte: A parte posterior da tupia deve ser coberta de forma a evitar o contato dos trabalhadores com a ferramenta de corte.
– Retrocesso imprevisto da peça: As ferramentas devem estar perfeitamente afiadas, o estado da madeira deve estar controlado e o ideal é sempre dar passadas sucessivas e progressivas.
– Desempenadeira/Galopa: Utilizada para aplainar a superfície da madeira. Os acidentes mais comuns nessa máquina são:
– Ruptura ou projeção das lâminas afiadas da ferramenta de corte: Para que seja evitado, o ideal é: usar material de alta qualidade na constituição do porta-ferramenta e das lâminas, efetuar um cuidadoso equilíbrio do porta-ferramenta, realizar uma montagem perfeita das lâminas.
– Contato das mãos com a lâmina: Utilize porta-ferramenta de seção cilíndrica. Evite o de seção quadrada, mais antigo.
– Retrocesso da peça que está sendo trabalhada: Acontece pela existência de nós ou defeitos na madeira ou, ainda, pelo aplainamento de peças muito curtas. O ideal é eliminar as madeiras com defeito e utilizar dispositivos empurradores.
– Efeito Estroboscópico: Outro risco, que faz com que o porta-ferramenta pareça estar parado, quando está girando. O recomendado é equipar a máquina com freio automático, que deve ser ativado na parada da máquina, o que não pode exceder dez segundos.
– Serra Circular de Bancada: Apresenta os seguintes riscos para o trabalhador:
– Contato direto com os dentes do disco: Pode acontecer na parte superior ou inferior da máquina. Quando:
– Na parte inferior: Geralmente acontece na eliminação de serragem ou aparas acumuladas. Com a instalação de um sistema de aspiração, os resíduos são eliminados conforme vão sendo produzidos.
– Na parte superior: Deve ser protegida por capas de proteção, o que não extingue a utilização de óculos de segurança.
– Retrocesso da peça a cortar: Deve-se utilizar um divisor dianteiro (cutelo divisor). Sua função é atuar como uma cunha, impedindo que as partes que estão sendo serradas se fechem sobre o disco.
– Projeção do disco ou parte dele: Deve ser aplicada a mesma recomendação indicada para a Tupia.
Além dessas medidas, existem algumas medidas gerais para proteção no trabalho com serras:
– Ao colocar material em uma serra de bancada, as mãos devem estar fora da linha de corte. Ao cortar a madeira com a guia de alinhamento próxima a serra, use uma ferramenta ou dispositivo para empurrar a peça até a serra.
– A lâmina da serra deve sobressair somente o mínimo acima do material. É recomendado usar um avental de couro grosso para proteção do abdome.
– Sempre utilize um apoio para serrar.
– Deve-se parar totalmente a máquina antes se ajustar a lâmina ou a guia.
Lembre-se que somente o trabalhador treinado e qualificado pose operar o equipamento. Mantenha os equipamentos em boas condições de uso e use os sistemas de proteção adequadamente.
Não se esqueça de usar o EPI recomendado e em caso de dúvida procure ajuda!