Saúde Mental
Nesse DDS vamos tratar de um tema muito comum nos dias de hoje: saúde mental. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), os transtornos mentais menores atingem cerca de 30% dos trabalhadores em atividade, e os transtornos mentais graves atingem cerca de 5 a 10%.
Diante desses números alarmantes, é fundamental que todos nós tenhamos consciência da importância da saúde mental, tanto para nós mesmos quanto para aqueles que nos cercam.
Mas o que é saúde mental?
Saúde mental é um termo utilizado para descrever um nível de qualidade de vida cognitiva (a parte da Inteligência, do conhecimento) ou emocional. Em outras palavras, é a capacidade de equilibrar nossos pensamentos, emoções e comportamentos de maneira adequada e saudável, permitindo enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que a vida nos apresenta.
É estar bem consigo e com os outros, aceitar as exigências da vida. Saber lidar com as emoções boas e desagradáveis. Reconhecer seus limites e saber buscar ajuda quando necessário. Além disso, a saúde mental também envolve a capacidade de estabelecer relacionamentos saudáveis, desenvolver habilidades para lidar com o estresse e manter uma atitude positiva diante das adversidades.
Transtorno mental é caracterizado por qualquer alteração mórbida do modo de pensar e/ou do humor (emoções), e/ou por alterações mórbidas do comportamento, comprometendo a saúde física e afetiva das pessoas, além de lhes provar de uma boa qualidade de vida. Em resumo, transtornos mentais são condições que interferem na capacidade de uma pessoa de viver uma vida plena e saudável, afetando seu bem-estar emocional, cognitivo e/ou comportamental.
O simples fato de trabalhar pode atingir o corpo dos trabalhadores causando disfunções e lesões biológicas (acidentes de trabalho), mas também pode causar reações psíquicas frente a algumas situações no trabalho. Portanto, é essencial que as empresas e organizações estejam atentas à saúde mental de seus colaboradores, promovendo ambientes de trabalho saudáveis e oferecendo apoio quando necessário.
Qual o papel dos líderes e gestores?
Diversas situações como fracasso, acidente de trabalho, mudança de hierarquia no trabalho (seja uma ascensão ou queda) frequentemente causam transtornos na vida dos trabalhadores. Nesse contexto, é crucial que os gestores e líderes sejam sensíveis e compreensivos, estabelecendo um canal de comunicação aberto e eficiente para que os funcionários possam expressar suas preocupações e receber o apoio necessário.
Se o trabalhador exerce uma função que não possui um significado importante, sem reconhecimento profissional e/ou que esteja constantemente ameaçado em relação a sua integridade física (correndo o risco de se acidentar), também são fatores que podem desencadear processos de transtornos psíquicos.
Assim, é fundamental que as empresas invistam em capacitação e desenvolvimento profissional, bem como garantam condições de trabalho seguras e reconhecimento para seus funcionários, proporcionando um ambiente que favoreça a saúde mental e a satisfação no trabalho.
Quais os tipos de transtornos mentais?
Existem diversos tipos de transtornos mentais relacionados ao trabalho, e dentre os mais frequentes encontram-se:
- Ansiedade: é uma reação humana normal que todos experimentamos em relação a diversas situações do dia-a-dia. Porém, quando os sintomas começam a ser frequentes e passam a perturbar a vida das pessoas, pode ser o início de um Transtorno de Ansiedade. Esse tipo de transtorno pode se manifestar de diversas formas e, em alguns casos, pode chegar a ser confundidos com depressão.
- Depressão: a pessoa apresenta esse transtorno apresenta uma tristeza profunda e duradoura, perda de apetite e de prazer nas atividades que realizava com frequência, perde a esperança, tem muitos pensamentos negativos, etc.
- Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC): é caracterizado por dois tipos de manifestações, as ideias obsessivas e as compulsões. Obsessão é quando uma ideia ou imagem vem à mente da pessoa, repetidamente, independente da sua vontade. A compulsão consiste em atos ou rituais que a pessoa se vê obrigada a realizar para se livrar de uma obsessão. Caso não faça o ato, sente-se ansiosa. Tanto as obsessões quanto as compulsões ocupam uma boa parte do dia da pessoa, prejudicando seu rendimento.
- Síndrome do Pânico: é caracterizado por ataques recorrentes de ansiedade intensa em circunstâncias imprevisíveis. Além disso, a pessoa tem a sensação de morte iminente, perda de controle de si próprio ou de enlouquecer. Vários são os sintomas que acompanham esse transtorno, como palpitação, dor no peito, dificuldade de respirar, náuseas, etc. Devido ao fato dos ataques serem imprevisíveis, a pessoa começa a ter medo de senti-los e passa a evitar lugares ou circunstâncias que poderiam originá-los.
É importante salientar que existem também outros transtornos mentais que podem afetar a vida e o bem-estar de um indivíduo, como Transtorno Bipolar, Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) e Transtorno de Personalidade Borderline, entre outros.
Mas deve ser ressaltado que somente um psiquiatra/psicólogo qualificado pode fazer um diagnóstico correto de cada transtorno e indicar o melhor tratamento. Portanto, é fundamental buscar orientação profissional caso você ou alguém que você conheça esteja enfrentando dificuldades relacionadas à saúde mental.
As pessoas que sofrem de algum transtorno mental muitas vezes são incompreendidas, excluídas ou marginalizadas, tanto por preconceito quanto por falsos conceitos, como por exemplo:
- As doenças mentais não têm cura;
- As pessoas com problemas mentais são menos inteligentes, preguiçosas ou perigosas.
Pensamentos como esses fazem com que aqueles que sofrem de algum transtorno se sintam envergonhados ou com medo de reconhecer a doença. E por causa disso, deixam de procurar ajuda especializada. É crucial que a sociedade como um todo trabalhe para combater esses estigmas e promover uma maior compreensão e empatia em relação às pessoas que enfrentam transtornos mentais.
Por isso, ao nos depararmos com pessoas nesse estado, não devemos excluí-las da sociedade, e sim ajudá-las para que possam encontrar o atendimento médico adequado de forma que consigam se restabelecer e se curarem. Seja um agente de mudança, promovendo a inclusão e a aceitação, e encorajando aqueles que enfrentam desafios de saúde mental a buscar ajuda.
Portanto, se suspeitar que algum colega de trabalho pode estar apresentando um indício de transtorno mental, procure ajudá-lo, não o abandone, converse com ele e tente fazer com que procure ajuda médica. Além disso, é importante criar um ambiente de trabalho acolhedor e inclusivo, onde todos se sintam confortáveis para compartilhar suas preocupações e receber o apoio necessário.
Assim, você pode ajudá-lo a não passar por todo o sofrimento que seria encarar uma doença sozinho e sem apoio nenhum, para que quando curado, ele possa voltar a exercer suas atividades. Lembre-se de que a recuperação de um transtorno mental é possível, e o apoio daqueles que estão ao redor da pessoa afetada desempenha um papel crucial nesse processo.
Se lembre sempre: cuidar sim, excluir não! Promover a saúde mental é responsabilidade de todos nós, e ao trabalharmos juntos, podemos construir uma sociedade mais saudável, inclusiva e empática. Afinal, a saúde mental é tão importante quanto a saúde física, e devemos dar a devida atenção a essa questão para garantir o bem-estar e a qualidade de vida de todos.
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