A transpaleteira é um equipamento utilizado para movimentação horizontal de carga, ou seja, ela não faz elevação ou movimento vertical de carga. É muito usada em armazéns, galpões e operadores logísticos em geral, para movimentar cargas onde não há necessidade de movimento vertical (sobe e desce) de cargas.
Portanto, a transpaleteira é diferente da empilhadeira como veremos a seguir.
A transpaleteira é portanto mais simples do que a empilhadeira, mas ainda assim, o operador deve ser capacitado e autorizado para sua operação, como determina a NR-12 Segurança em Máquinas.
Nesse DDS sobre transpaleteira veremos alguns tipos de equipamentos e também falaremos sobre como operá-las de forma segura.
Depois, recomendo também que consulte nosso DDS sobre empilhadeira.
(OBS: nesse conteúdo apresento fotos de alguns equipamentos. Caso marcas de empresas sejam exibidas, é apenas para fins ilustrativos, não se tratando de recomendação de nenhum tipo)
Confusões mais comuns
Na indústria existe alguma confusão sobre os nomes de certos equipamentos. Então, antes de entrarmos no DDS, vamos primeiro definir alguns termos.
Transpaleteira ou paleteira?
Uma confusão comum é com os termos transpaleteira e paleteira. Algumas pessoas chamam de um jeito ou de outro, mas no fundo, tratam-se dos mesmos equipamentos. Nesse DDS vamos optar pelo termo transpaleteira.
Caso na empresa onde vai ser realizado o DDS for usado o termo paleteira, também pode ser usado esse DDS, pois os dois termos são a mesma coisa.
Mas, existe uma confusão que não pode acontecer: chamar empilhadeira de transpaleteira e vice-versa. Nesse caso já há uma erro técnico, como veremos a seguir.
Transpaleteira ou empilhadeira?
Aqui não pode ocorrer confusão. Para diferenciar esses dois equipamentos, faça a seguinte pergunta: o equipamento faz movimentação vertical (sobe e desce) de carga? Se as resposta for sim, então você está olhando para uma empilhadeira.
Um detalhe importante que ajuda a diferenciar esses dois equipamentos é a presença da torre. Apenas a empilhadeira possui a torre para movimentação vertical dos garfos.
Outra confusão comum é quando a empilhadeira é do tipo com operador a pé. Novamente vale a regra do movimento vertical da carga. Ou seja, o equipamento que faz movimento vertical de carga com operador a pé é a empilhadeira.
Tome cuidado também para não confundir transpaleteira com empilhadeira com operador a pé. Se a máquina faz movimento vertical (sobe ou desce) de carga, então não é transpaleteira, não importa se o operador está embarcado ou não. A transpaleteira não possui torre, já as empilhadeiras possuem.
Tipos de transpaleteira
Existem diversos tipos de transpaleteira no mercado, e também vários fabricantes e empresas que alugam esses equipamentos.
Em geral, podemos dividí-las da seguinte forma:
- manuais
- elétricas (com operador a pé)
- elétricas (com operador embarcado)
A principal vantagem das manuais é seu custo de aquisição e manutenção. Como são equipamentos mais simples, são mais baratos para manter. A principal desvantagem é seu uso que fica limitado a força do operador, o que limita também a distância de deslocamento.
As transpaleteiras elétricas operadas a pé possuem motores para facilitar seu deslocamento. O motor também vai atuar para levantar ligeiramente o palete do chão. O operador acompanha a transpaleteira a pé e a manuseia através de comandos.
As transpaleteiras elétricas com operador embarcado se diferenciam daquelas com operador a pé pois nestes modelos o operador sobe em uma plataforma dobrável ou senta-se em um assento.
Base Legal (Norma Regulamentadora)
As principais normas regulamentadoras que tratam de transpaleteira são:
- NR-11 Movimentação de cargas
- NR-12 Segurança com Máquinas
(ver Normas Regulamentadoras Atualizadas)
A NR-11 estabelece que
“11.1.3 Os equipamentos utilizados na movimentação de materiais, tais como ascensores, elevadores de carga, guindastes, monta-carga, pontes-rolantes, talhas, empilhadeiras, guinchos, esteiras-rolantes, transportadores de diferentes tipos, serão calculados e construídos de maneira que ofereçam as necessárias garantias de resistência e segurança e conservados em perfeitas condições de trabalho.”
NR-11
Já a NR-12 estabelece que:
“12.16.2 Os trabalhadores envolvidos na operação, manutenção, inspeção e demais intervenções em máquinas e equipamentos devem receber capacitação providenciada pelo empregador e compatível com suas funções, que aborde os riscos a que estão expostos e as medidas de proteção existentes e necessárias, nos termos desta NR, para a prevenção de acidentes e doenças.”
NR-12
Portanto, se você que está lendo esse conteúdo for Profissional SST, essas são as duas principais NRs a levar em conta quando o assunto são transpaleteiras.
Checklist (inspeção) pré-operacional
É importante que antes do início da operação seja feita uma inspeção. Quaisquer danos ou outros defeitos podem provocar acidentes. Caso sejam encontrados danos ou defeitos, não use o equipamento até que esta tenha sido adequadamente corrigido.
Nunca remova ou desative os interruptores e sistemas de segurança. A burla de máquinas e equipamentos por parte do operador é prática proibida até mesmo na NR-12.
Abaixo estão listadas algumas verificações pré-operacionais que podem ser feitas:
- os braços de carga não podem apresentar quaisquer sinais de danos (dobras, fissuras, desgaste excessivo, etc);
- verifique se não existem sinais de derrame de consumíveis por baixo da máquina;
- os acessórios têm de estar bem fixos;
- os canais de roletes devem estar cobertos com uma camada visível de massa lubrificante;
- as rodas não devem apresentar sinais de anomalias ou desgaste;
- as rodas deve estar montadas corretamente;
- verifique se não há objetos estranhos que possam impedir o funcionamento das rodas;
- verifique se a buzina funciona corretamente;
- verifique se as tampas estão posicionadas corretamente.
A lista acima deve ser adaptada ao caso prático.
Verificação do ambiente de trabalho
Além das verificações apresentados anteriormente, que tratavam do próprio equipamento, também é importante ficar atento ao ambiente de trabalho.
Vejamos algumas recomendações quanto ao ambiente de trabalho:
- o piso deve estar seco, limpo e nivelado;
- a área de trabalho tem de estar desimpedida;
- não pode haver obstáculos ou pessoas no percurso da máquina;
- o operador não deve usar headphones (com música por exemplo);
- não pode haver sinais de óleo ou outras sujidades no piso.
Dicas gerais de segurança
Além das recomendações anteriores sobre ambiente de trabalho e inspeção pré-operacional, também podemos listar alguns cuidados durante a operação, como a seguir:
- o operador deve ter sempre cuidado e atenção quando estiver transportando uma carga;
- as dimensões da carga podem interferir com as manobras e restringir o campo de visão;
- a velocidade da máquina deve ser reduzida ao fazer curvas;
- as cargas têm de ser consistentes e estar bem acondicionadas;
- a altura da carga não deve ultrapassar a recomendação do fabricante (exemplo: 2 metros);
- é importante utilizar paletes que estejam em bom estado;
- a velocidade deve ser reduzida ao passar por cima de obstáculos (evita o desequilíbrio da máquina);
- as máquinas podem ser conduzidas em rampas com baixa inclinação, mas com cuidado redobrado.
Caso a situação de operação seja diferente da estabelecida no manual, é de boa prática consultar o fabricante.
Veja também esse DDS sobre direção defensiva.
Dicas para incrementar esse DDS
Esse DDS sobre transpaleteira foi escrito para atender a necessidades mais gerais. Entretanto, você pode precisar adicionar ou remover conteúdo de acordo com o caso prático. Uma boa recomendação é verificar os modelos das máquinas existentes na empresa antes do DDS. A partir dessa informação, consulte o manual do fabricante, pois eles são um rica fonte de informações sobre operação segura.
Para aprender mais
Abaixo vou deixar algumas outras sugestões de DDS, e também de posts com conteúdo técnico sobre SST (links para o Blog Escola da Prevenção).
Sugestões de DDS:
Ponte rolante: 10 dicas de segurança
Arrumação, limpeza e organização
Sugestões de conteúdos técnicos para Profissionais SST (Blog Escola da Prevenção):
NR-06 EPI: Guia Para Iniciantes
