O ambiente hospitalar é um local sujeito a vários riscos ambientais. Esses riscos são classificados em:cc
• Físico;
• Químico;
• Biológico;
• Ergonômico;
• Acidentes.
Então, quer dizer que em todos os hospitais haverá risco químico? Sim! E por isso mesmo esse risco é altamente relevante e merece uma atenção especial.
Risco químico está relacionado ao perigo que qualquer trabalhador está exposto ao manipular produtos químicos que podem prejudicar-lhe a saúde. Os danos físicos relacionados à exposição química incluem desde irritação na pele e olhos, passando por queimaduras leves até as de maior severidade.
Os danos à saúde podem ocorrer com curta e/ou longa duração, relacionados ao contato de produtos químicos tóxicos com a pele e olhos, bem como a inalação de seus vapores, resultando em doenças respiratórias crônicas, doenças do sistema nervoso, doenças nos rins e fígado e, até mesmo, alguns tipos de câncer.
Mas como realizar a prevenção de forma segura diante de um risco tão iminente?
Os produtos químicos são utilizados em larga escala em hospitais com diversas finalidades: limpeza, desinfecção e esterilização, soluções medicamentosas, produtos de manutenção de equipamentos e instalações, etc.
A seguir, serão explicadas práticas de controle de riscos químicos em locais e tipos de serviços hospitalares:
• Esterilização: Pode utilizar gases ou líquidos, sendo ambos prejudiciais a saúde. O trabalhador responsável deve utilizar luvas específicas, avental e óculos de segurança.
• Quimioterapia: Os produtos químicos empregados no tratamento quimioterápico são utilizados no paciente com finalidades específicas. A implicação inadequada dessas substâncias pode trazer sérias consequências aos pacientes e mesmo aos trabalhadores que executam esse tipo de serviço.
Para isso, alguns procedimentos de segurança devem ser seguidos, quando houver manipulação de material destinado à quimioterapia.
– A manipulação só deverá ser realizada por trabalhadores qualificados, treinados para tal fim e com conhecimento dos riscos inerentes.
– Na manipulação devem ser utilizados recursos como ventilação e exaustão ambiental, ou seja, capelas de fluxo laminar. Assim o controle do material é mais eficiente
– A circulação do material pelo hospital deve garantir a proteção de quem transporta e evitar a contaminação do ambiente. Deve haver instruções precisas para esse procedimento.
– Mulheres gestantes, mães de crianças com malformação congênita ou com histórias de aborto não devem manusear esse tipo de material.
– A área de trabalho deve ser limpa com álcool 70% antes e depois das atividades.
– As ampolas que contém o medicamento devem ser manipuladas com muito cuidado, devido a sua fragilidade.
– Somente o material necessário a operação deve ser colocado em cima da mesa ou campo de trabalho empregado. Desta forma organiza-se o trabalho e evitam acidentes.
– A saída da área de trabalho deve ser feita somente após o término das operações.
• Vestuário:
– Deve ser impermeável.
– Ao manusear quimioterápicos devem-se utilizar luvas e avental de manga comprida para evitar queimaduras.
– Utilizar óculos de segurança também é recomendado.
– Pode-se fazer o uso de luvas de látex, porém devem ser trocadas a cada 30min, tempo a partir do qual a proteção diminui. Mesmo assim devem ser trocadas toda vez que houver contato com o medicamento.
– O uso de máquinas também é indispensável para prevenir a inalação ou ingestão de aerossóis na fase de manejo.
• Medidas em caso de contaminação:
– Em caso de contaminação direta do trabalhador com o medicamento, lavar imediatamente a zona infectada com água e sabão por um tempo mínimo de 10min.
– Se o contato for aos olhos, lave imediatamente com água abundante, durante ao menos 15min, utilizando um lava olhos, que obrigatoriamente deve existir no local de trabalho. A seguir, o trabalhador deve ser encaminhado ao oftalmologista.
– Em caso de contaminação de luvas ou roupas, troque-as imediatamente.
– Os trabalhadores devem sempre tomar cuidado com vidros quebrados.
• Farmácia: O manuseio dos produtos pode significar a diferença entre saúde e doença. Por isso, algumas medidas de segurança são recomendadas, como:
– Descartar medicamentos vencidos. Jamais reutilizá-los.
– Equipamento contra incêndio deve ser instalado, e um grupo de trabalhadores deve ser treinado.
• Manutenção: Por utilizar diversos produtos químicos, como sabões e detergentes, solventes e plastificantes, tintas e vernizes, derivados de petróleo e óleos, resinas e plásticos, deve haver uma rigorosa inspeção para verificar a existência de algo fora do adequado.
O risco inerente dependerá da atividade adotada pelo serviço de manutenção do hospital. As medias de proteções adequadas serão adequadas para casa caso, visando à proteção dos trabalhadores principalmente contra o contato direto com a pele e vias respiratórias.
Há ainda outro risco que sempre será encontrado em hospitais. É o chamado Risco Biológico. Esse risco está diretamente relacionado com organismos vivos, principalmente aqueles capazes de transmitir doenças ao ser humano. São eles bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, entre outros. O risco biológico inclui infecções agudas ou crônicas, parasitoses, reações tóxicas ou alérgicas a plantas e/ou animais e doenças autoimunes.
As maiores fontes de contaminação são o contato mão-boca, o contato mão-olho, os cortes e feridas superficiais na pele exposta e perfuração cutânea. Para a prevenção dos acidentes biológicos, alguns procedimentos devem ser seguidos:
– Usar luvas quando as atividades a serem desenvolvidas exigirem contato com fluidos corpóreos (soro, plasma, urina ou sangue total).
– Usar óculos de segurança principalmente quando houver possibilidade de espirros de fluidos.
– Utilizar aventais.
– Lavar as mãos antes de retirar as luvas e antes de sair da área contaminada.
– Evitar contato com as mãos e face.
– Não comer, beber ou aplicar cosméticos na área do laboratório.
– Nunca pipetar nada com a boca.
– Não usar pias de laboratório para higiene pessoal.
– Caso haja algum corte ou ferimento, cobrir antes de iniciar qualquer procedimento.
– Seguir os protocolos de biossegurança para o laboratório e para o depósito de materiais contaminados.
– Ao abrir ampolas, utilize a cabine apropriada.
– Geladeiras devem ser limpas e degeladas regularmente. Utilize luvas de borracha durante a operação.
Os trabalhadores devem ter plena consciência da segurança em seu local de trabalho. Em alguns casos, por nunca terem sido infectados, alguns acabam acreditando que nunca serão. Porém, acidentes acontecem, independente de tempo de trabalho, idade, sexo, etc. É importante lembrar que as consequências podem ser fatais. Então, previna-se!