Riscos Químicos: ameaça ou não?
Muitos são os trabalhadores que se encontram frente aos riscos químicos diariamente. E mesmo assim, muitos não sabem quais são os efeitos que os agentes químicos podem trazer a saúde. Começaremos então pela definição.
De acordo com a Norma Regulamentadora número nove (NR – 9):
“Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, o e que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou ingestão”.
Como visto na descrição, os agentes químicos são encontrados sob diversas formas, como veremos a seguir:
• Poeiras: São partículas sólidas geradas muito pequenas geradas pela quebra de partículas maiores.
Por exemplo: Sílica, carvão mineral, algodão, bagaço de cana-de-açúcar, etc.
• Fumos: São partículas sólidas produzidas por condensação de vapores metálicos.
Por exemplo: Fumos provenientes da soldagem.
• Névoas: Partículas líquidas resultantes da condensação de vapores ou da dispersão de líquidos.
Por exemplo: Processo de pintura.
• Gases: GLP, hidrogênio, butano, etc.
• Vapores: São dispersões de moléculas no ar que podem se condensar para formar líquidos ou sólidos.
Por exemplo: Gasolina, naftalina, etc.
Existem mais de 23 milhões de substâncias químicas conhecidas, das quais cerca de 200 mil são usadas em todo o mundo. Essas substâncias, como dito anteriormente, estão presentes nos locais de trabalho, e também nas nossas casas, escolas, hospitais, etc. Muitas são usadas em benefício da vida humana, mas outras são capazes de provocar danos à saúde e ao meio ambiente.
As substâncias químicas podem causar vários danos à saúde, mas para que isso aconteça é preciso que (antes) entre em contato ou penetrem no nosso organismo. A penetração varia de acordo com o tipo de substância e sua forma de utilização. São três as vias de penetração:
• Via cutânea (pele);
• Via digestiva (boca);
• Via respiratória (nariz).
Após penetrar no nosso organismo, a ação dependerá muito das características químicas da substância, como por exemplo:
• Concentração: Quanto maior, mais rápido os agentes nocivos irão se manifestar no organismo;
• Sensibilidade individual: O nível de resistência à substância varia de pessoa para pessoa;
• Toxicidade: É o potencial tóxico da substância no organismo;
• Tempo de exposição: O tempo que o organismo fica exposto à substância.
Podemos então resumir até agora que, o tipo de dano que poderá ocorrer no nosso organismo dependerá primeiramente do tipo de substância com a qual estamos lidando. Algumas são capazes de provocar queimaduras, outras irritações, asfixias, problemas na pele (dermatites), tonturas,
problemas em várias partes do corpo, podendo causar doenças de fácil tratamento e cura, como até doenças graves e/ou incuráveis (câncer, silicose, asbestose, etc.). Alguns tipos de substância podem até provocar explosões e incêndios.
Há ainda alguns fatores que devem ser considerados, pois afetam a possibilidade dos agentes químicos ocasionarem um dano:
• Condições da exposição no local de trabalho: Condições dos equipamentos, manutenção, se existem sistemas de exaustão de gases, se a forma de descarte dos resíduos está correta, etc.
• Características da exposição: O risco do trabalhador aumenta juntamente com o aumento da concentração da substância química.
• Organização do trabalho: Trabalhos estressantes, repetitivos, sob pressão podem alterar o estado mental do trabalhador ocasionando um acidente de trabalho.
E de que forma esse risco pode ser controlado?
Controlar um risco significa diminuir e, se possível, eliminar a possibilidade da substância química provocar um dano. Então, a primeira coisa a ser feita é conhecer o risco para poder controlá-lo. Depois há uma avaliação dos riscos, ou seja, saber quais são os riscos com os quais estamos lidando.
Nessa etapa são implementados os EPC e os EPI adequados para cada substância química. Por fim, para um controle eficiente, é imprescindível:
• Que o produto químico não saia do local onde está sendo usado, ou guardado, ou seja, não se espalhe pelo ambiente.
• Que o contato da substância com o trabalhador seja da forma mais segura possível.
• Que os EPI e EPC sejam utilizados de forma correta, com o devido treinamento dos trabalhadores em questão.
Podemos concluir que, os riscos existem, mas isso não significa que são uma ameaça em nossas vidas. Agindo de forma coerente, conhecendo o trabalho e seguindo as normas se segurança, estaremos seguros diante de qualquer ameaça!