Março Lilás: câncer de colo do útero
Nesse DDS vamos falar do Março Lilás, que é uma campanha focada na conscientização sobre câncer de colo do útero.
A campanha Março Lilás tem como objetivo educar e informar a população sobre a importância do rastreamento regular e da vacinação contra o HPV (papilomavírus humano), que é o principal causador do câncer de colo do útero.
Câncer de colo do útero e HPV
O câncer de colo do útero, também conhecido como câncer cervical, é um tipo de neoplasia que se desenvolve na região do colo uterino, a parte inferior do útero que se conecta à vagina. Este tipo de câncer é o quarto mais comum entre as mulheres em todo o mundo.
O câncer de colo do útero geralmente começa com alterações celulares no revestimento do colo, conhecidas como lesões pré-cancerosas. Essas alterações, que podem ser detectadas precocemente por meio de exames de rastreamento como o Papanicolau, podem levar anos para se transformarem em câncer invasivo. Se essas células anormais não forem identificadas e tratadas a tempo, elas podem evoluir para um câncer que pode se espalhar para outras partes do corpo.
A principal causa do câncer de colo do útero é a infecção persistente por tipos oncogênicos do papilomavírus humano (HPV), um vírus sexualmente transmissível. A maioria das infecções por HPV é eliminada naturalmente pelo sistema imunológico, mas, em alguns casos, a infecção pode persistir e levar ao desenvolvimento de lesões pré-cancerosas e, eventualmente, ao câncer.
O câncer de colo do útero, quando detectado em estágios iniciais, é altamente tratável, e as taxas de cura são elevadas. No entanto, a falta de sintomas evidentes nos estágios iniciais da doença pode dificultar o diagnóstico precoce, tornando essencial a realização regular de exames de rastreamento.
Embora a infecção pelo HPV seja comum, nem todas as mulheres infectadas desenvolvem câncer de colo do útero.
Fatores adicionais podem aumentar o risco de que uma infecção por HPV leve ao desenvolvimento de câncer, incluindo:
- múltiplos parceiros sexuais
- início precoce da atividade sexual
- sistema imunológico enfraquecido.
Outros fatores de risco
Além do HPV, outros fatores de risco podem contribuir para o desenvolvimento do câncer de colo do útero:
- tabagismo: fumar duplica o risco de desenvolver câncer de colo do útero. As substâncias químicas presentes no tabaco podem danificar o DNA das células cervicais, tornando-as mais vulneráveis aos efeitos cancerígenos do HPV.
- uso prolongado de contraceptivos orais: estudos sugerem que o uso de contraceptivos orais por um período prolongado (mais de cinco anos) pode aumentar o risco de câncer de colo do útero. No entanto, esse risco diminui após a interrupção do uso da pílula.
- múltiplas gestações: mulheres que tiveram várias gestações a termo (três ou mais) parecem ter um risco ligeiramente maior de desenvolver câncer de colo do útero, possivelmente devido às alterações hormonais e ao trauma cervical associado ao parto.
- baixo status socioeconômico: mulheres com menor acesso a cuidados de saúde, educação e rastreamento regular têm um risco maior de desenvolver e morrer de câncer de colo do útero. A falta de acesso ao exame Papanicolau e à vacinação contra o HPV são fatores cruciais.
Diagnóstico
O diagnóstico do câncer de colo do útero geralmente começa com exames de rastreamento, sendo o Papanicolau o mais comum. Esse exame permite identificar alterações celulares no colo do útero que podem indicar a presença de lesões pré-cancerosas ou cancerosas.
Se forem encontradas anormalidades, o médico pode recomendar uma colposcopia, que é uma inspeção mais detalhada do colo do útero, utilizando um colposcópio. Durante esse procedimento, uma biópsia pode ser realizada, onde pequenas amostras de tecido são retiradas para análise laboratorial.
Além disso, testes para detectar a presença do HPV de alto risco, especialmente os tipos 16 e 18, podem ser realizados para avaliar o risco de desenvolvimento de câncer. A combinação desses métodos de rastreamento e diagnóstico permite a detecção precoce da doença, aumentando significativamente as chances de tratamento eficaz e cura, especialmente quando a doença é identificada nos estágios iniciais.
Vacinação contra o HPV
A vacinação contra o HPV é uma das medidas mais eficazes para prevenir o câncer de colo do útero, já que ela protege contra os tipos de HPV mais frequentemente associados ao desenvolvimento da doença, especialmente os tipos 16 e 18.
A vacinação é mais eficaz quando administrada antes do início da atividade sexual, idealmente durante a pré-adolescência, mas também pode beneficiar adultos jovens que ainda não foram expostos ao vírus.
Ao reduzir a incidência de infecções por HPV, a vacinação diminui drasticamente o risco de lesões pré-cancerosas e, consequentemente, de câncer de colo do útero, tornando-se uma ferramenta crucial na luta contra essa doença.
Tratamento
O tratamento do câncer de colo do útero depende de vários fatores, incluindo o estágio da doença, a saúde geral da paciente e suas preferências pessoais.
As opções de tratamento visam eliminar o câncer ou controlar seu crescimento e aliviar os sintomas, e geralmente envolvem uma combinação de abordagens que podem incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia, ou uma combinação dessas modalidades.
A cirurgia é uma das principais formas de tratamento para o câncer de colo do útero, especialmente nos estágios iniciais. Dependendo do estágio e da extensão do câncer, diferentes tipos de cirurgias podem ser recomendados.
A radioterapia utiliza raios de alta energia para destruir células cancerígenas. Ela pode ser utilizada como tratamento principal ou em combinação com cirurgia e/ou quimioterapia, especialmente em estágios mais avançados da doença.
A quimioterapia utiliza medicamentos para destruir células cancerígenas e é geralmente administrada por via intravenosa ou oral. No câncer de colo do útero, a quimioterapia pode ser usada em vários contextos.
Em casos onde o câncer de colo do útero está em estágio avançado e não responde mais aos tratamentos convencionais, os cuidados paliativos se tornam essenciais. O foco dos cuidados paliativos é aliviar a dor e outros sintomas, proporcionando conforto e qualidade de vida à paciente. Esses cuidados também oferecem suporte emocional e psicológico tanto para a paciente quanto para seus familiares.
Após o tratamento inicial, o acompanhamento regular é crucial para monitorar possíveis sinais de recorrência do câncer e para gerenciar qualquer efeito colateral persistente do tratamento. Este acompanhamento geralmente inclui exames físicos, exames de imagem e, em alguns casos, testes de HPV.
Conclusão
O câncer de colo do útero continua a representar um desafio significativo para a saúde das mulheres. A boa notícia é: trata-se de uma das formas de câncer mais preveníveis.
A conscientização sobre a importância da vacinação contra o HPV, do rastreamento regular e do diagnóstico precoce são as principais mensagens que precisamos passar para a sociedade. Assim podemos reduzir a incidência e a mortalidade dessa doença.
As opções de tratamento oferecem esperança para a cura, especialmente quando a doença é detectada em seus estágios iniciais.
Campanhas como o Março Lilás desempenham um papel vital na educação e prevenção, ajudando a salvar vidas e a promover a saúde das mulheres em todo o mundo.
O Março Lilás é apenas uma das diversas campanhas com cores que existem ao longo do ano. Leia esse DDS para ver outras campanhas.
Leia mais sobre câncer de colo do útero no site do INCA.